Iremos apresentar os gráficos realizados com a informação que obtivémos na visita ao Instituto Nacional de Estatística e as conclusões que retirámos após análise destes.
Através do gráfico acima apresentado, percebemos que a maior parte da população portadora de deficiência motora em Portugal possui entre 55 e 80 anos. Esta distribuição de idades está de acordo com a distribuição apresentada pelas pessoas que não possuem qualquer tipo de deficiência e deve-se ao envelhecimento da população em todo o país. Outra causa que poderá ter levado à maior concentração de pessoas com deficiência motora entre os 55 e os 80 anos poderá ser a Guerra do Ultramar que, segundo os dados que recolhemos, provocou milhares de veteranos de guerra.
A nível do Algarve, a distribuição etária é semelhante à situação geral portuguesa, sendo que a maior parte da população portadora de deficiência motora se encontra entre os 60 e os 80 anos. Assim sendo, a população algarvia não foge à regra e está também a envelhecer bastante.
Do nosso ponto de vista, a informação que podemos obter através dos dados presentes neste gráfico é bastante animadora, na medida em que permite entender que a população que não possui qualquer tipo de actividade económica deve-se, na maioria dos casos, à incapacidade para trabalhar ou ao facto de já se encontrarem reformados, aposentados ou na reserva.
Outra informação animadora prende-se com os dados apresentados neste gráfico, que nos demonstram que a maior parte da população residente no Algarve que possui actividade económica, está empregada. Esta informação vem contrariar o pensamento da maior parte das pessoas que pensam que as pessoas com deficiência motora não podem trabalhar ou que não existe trabalho para elas.
Segundo estes dados, o principal meio de vida das pessoas portadoras de deficiência motora é, tal como esperávamos, a pensão/reforma. Esta informação era já previsível pois, tal como já foi acima demonstrado, a maior parte da população é idosa.
O segundo principal meio de vida é então o trabalho. Mais uma vez, podemos constatar que existe uma boa percentagem de pessoas portadoras de deficiência a trabalhar.
O terceiro principal meio de vida é o mais desanimador pois são as pessoas que vivem a cargo da família. Tal situação não é positiva devido não só às dificuldades económicas que as famílias podem ter mas também devido ao sentimento de inutilidade que desperta nas pessoas que recebem da família tudo aquilo que necessitam em termos materiais.
Neste gráfico, podemos perceber que a percentagem de pessoas com os diferentes graus de incapacidade se encontra distribuída de forma semelhante. Porém, o facto de existir uma maioria de pessoas cuja deficiência não tem um grau atribuido, é uma infomação que não é positiva já que os apoios fornecidos às pessoas com deficiência motora são diferentes de acordo com o grau de incapacidade.
Através dos dados existentes neste gráfico, podemos perceber que a maior parte dos edifícios portugueses nos quais habitam pessoas portadoras de deficiência motora não possuem elevador, o que é uma desvantagem na medida em que o elevador é um dos requisitos essenciais para a deslocação de uma pessoa portadora de deficiência motora num edifício com vários andares.
Porém, nem tudo são notícias desanimadoras já que a maioria dos edifícios sem elevador são acessíveis. No entanto, existe ainda uma parte destes edifícios que não possuem rampas de acesso nem são acessíveis, o que é um dado bastante negativo pois estas pessoas vêem-se bastante condicionadas e dependentes de outras para poderem sair da sua própria casa.
Os edifícios com elevador também são, na sua maioria, acessíveis. Todavia, existe também uma grande quantidade de edifícios que, mesmo tendo elevador, não são acessíveis e que mais uma vez acabam por não permitir que as pessoas com dificuldades motoras que habitam nesses edifícios não consigam sair destes sem ajuda.
Este gráfico demonstra assim a realidade portuguesa, na qual existem mais edifícios acessíveis que inacessíveis mas que necessita ainda de uma grande mudança para que se chegue ao que seria ideal, ou seja, para que se chegue à totalidade de edifícios acessíveis.
No Algarve, as percentagens são semelhantes às percentagens existentes no resto do país e que foram acima mostradas. No entanto, existem vários pontos em que a nossa região se encontra melhor que o resto do país. É exemplo disso o facto de existirem rampas de acesso na maior parte dos edifícios que possuem elevador ou o facto de a percentagem de edifícios não acessíveis ser menor tanto nos edifícios com elevador como nos edifícios sem elevador.
Conclusões gerais:
• A maior parte da população portadora de deficiência motora, tanto em Portugal como no Algarve, encontra-se entre os 55 e os 80 anos. Este é um sinal de que a população com deficiência motora acompanha o envelhecimento da população portuguesa.
• A maior parte das pessoas que não possuem actividade económica é devido a incapacidade permanente para trabalhar ou devido ao facto de já se encontrar reformado ou aposentado.
• A esmagadora maioria da população com actividade económica encontra-se empregada, o que contraria a ideia que a maior parte das pessoas tem de que os deficientes motores não podem trabalhar ou não conseguem arranjar emprego.
• Os principais meios de vida das pessoas com deficiência motora são o trabalho e a reforma, o que é sinal positivo pois corresponde ao que se passa com a população portuguesa em geral.
• Existe uma grande quantidade de pessoas cujo grau de incapacidade não está atribuido, o que não é positivo pois os apoios fornecidos pelo Estado são diferentes conforme o grau de incapacidade.
• Ao nível da acessibilidade, segundo os dados recolhidos, podemos afirmar que a maior parte dos edifícios nos quais habitam pessoas com deficiência motora estão preparados para as receber. Porém, a maioria dos edifícios existentes na cidade não permitem o acesso de uma pessoa que se movimente através de uma cadeira de rodas. É exemplo disso o facto de, em todo o nosso grupo, que é constituído por cinco elementos, apenas um deles possuir uma casa que poderia ser utilizada por um deficiente motor.